Revitalização da cajucultura: a próxima meta da fruticultura do RN

  • 09/09
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Uma atividade que gera cerca de R$ 1 bilhão anuais aos cofres do Rio Grande do Norte e movimenta a economia levando emprego e rendas às cidades do interior, a fruticultura é o principal ativo agrícola do estado. Atualmente baseada nos 4 Ms, melão, melancia, mamão e manga, o setor potiguar busca agora se reinventar e abrir novas frentes de culturas, ou reviver antigos cultivos. 


É o caso da cajucultura, cultura originária do Norte-Nordeste brasileiro com primeira referência datada de 1.558 e que já chegou a ocupar 514.934 hectares em meados de 1986, de acordo com dados da Embrapa, mas perdeu espaço em decorrência das secas registradas entre 2012 e 2017 e do avanço de pragas e doenças (mosca branca, antracnose e oídio), que levaram redução de 60,7% nos hectares cultivados no Rio Grande do Norte. 

Pensando em reviver essa cultura tão característica e importante na região, diversas entidades governamentais, associações e empresas estão unindo esforços para trazer a cajucultura de volta aos tempos de ouro no Rio Grande do Norte. 


“Nós fizemos uma parceria com a Embrapa, Governo do Estado e outros parceiros e estamos implementando um programa de substituição desses cajueiros por clones desenvolvidos pela Embrapa que tem o cajueiro anão. O que está acontecendo com a cajucultura hoje é que as áreas de produção estão diminuindo, porém esse melhoramento genético e outras tecnologias estão fazendo com que a produtividade aumente, mesmo que ainda baixa. Nós temos produtividade de 350 a 400 quilos por hectare e queremos dobrar essa produtividade, visto que já existem produtividades muito mais elevadas em outros países, na África por exemplo”, relata Cavalcanti. 


Chefe Geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Gustavo Saavedra, explica com mais detalhes qual é o papel da Embrapa nessa revitalização da cultura do caju, utilizando a tecnologia genética para clonar matrizes que aceleram a multiplicação das mudas e garantem plantas com genética melhor, resultando em mais produtividade. 


“Você copia a genética da planta mãe de uma maneira muito fácil. Uma planta, durante a época de enxertia, consegue produzir 300 ou 400 cópias. A gente vem desenvolvendo genéticas superiores, de mais produtividade, de mais resistência à algumas doenças e, uma vez que a gente consegue estabelecer qual é o genótipo que realmente vale a pena se tornar uma cultivar, a gente precisa produzir essa cultivar em longa escala e aí entra a estratégia de clonagem. Quando você planta um pomar, todo o pomar vai ter a mesma genética e essa uniformidade genética no pomar te dá uma uniformidade produtiva também. Então você sabe como manejar, porque aqueles cajueiros todos respondem da mesma forma e com isso, você tem uma capacidade de transformar uma planta nativa em uma estratégia industrial de produção a campo”, pontua Saave.

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